O Catarinão voltou pra RBS
Aconteceu a primeira reviravolta relativa aos Estaduais adquiridos pela Record nos últimos anos: o Campeonato Catarinense não é mais dela. Ontem, a reunião do Conselho Técnico da competição (sobre a qual, em si, falo na "24 Horas") definiu a volta da competição, após duas temporadas, para a RBS TV. Leio no ClicEsportes que Delfim Pádua Peixoto, presidente da Federação Catarinense de Futebol, disse que a proposta da afiliada da Globo foi considerada boa pela entidade e pelos clubes pela visibilidade oferecida pela emissora, por ser a que mais divulga o futebol de Santa Catarina, sendo justo que já no próximo ano ela transmita a competição, que o dirigente espera que cresça cada vez mais em termos de Brasil com os recursos técnicos da afiliada da por ele nominada "emissora do futebol brasileiro".
Pelo que leio no blog do honorável Rodrigo Santos, moço bem informado que sempre nos auxilia com infos diretas da catarina santificada, houve então uma mudança de percurso nesse lero. Em post da semana passada, ele informava que era notícia confirmada o respeito dos clubes ao contrato com a RIC, afiliada da Record, que havia adquirido os direitos em 2007, senão me engano por três anos. Vale lembrar que já neste ano mesmo de 2008 houve um burburinho fortíssimo relativo à RBS tentar fazer uma contra-proposta melhor para retomar o certame. Acabou não levando e sua equipe só não ficou inativa até começar o Brasileirão pois o Catarinense foi transmitido pelo Premiere Futebol Clube. E aí está um ponto a ser observado.
Se em 2008 a RBS já teve dificuldade para lidar com a demanda de partidas exibidas no PFC (todas de Figueirense, Avaí e Criciúma, dando de duas a três por rodada) - muitas partidas foram transmitidas dos estúdios da Globosat no Rio de Janeiro -, em 2009 ela será maior, pois serão no mínimo quatro transmissões por rodada: estas três do PPV e mais a do canal aberto. Atualmente, ela tem dois narradores (Giovani Martinello e Luiz Augusto Alano, este partilhado com a Rádio CBN/Diário, da qual é um de seus dois narradores) e três comentaristas (Carlos Eduardo Lino, Roberto Alves e Renato Semensati, os dois últimos também atuantes nas jornadas da CBN). Contratar se faz necessário para a demanda ser toda coberta pelo próprio pessoal da RBS, sem depender da equipe da Globosat.
Da parte da Record, fica essa derrota esportiva em termos nacionais, o que lhe deixa não mais com dois, mas com apenas um Estadual com representantes na Série A do Brasileiro (o Baiano). Os outros que ela detém são o Alagoano, o Paraibano, o Sergipano e o Brasiliense, além de torneios secundários no Espírito Santo, como a Série B e a Copa ES. E é uma derrota sofrida num campeonato que deu bons momentos a ela (no primeiro ano de cobertura, com direito a gente da rede como Maurício Torres, Raul Plassmann, Oscar Roberto Godoi, Fernando Nardini e Mônica Ramos, chegou a superar a RBS na audiência) e em um momento em que a cobertura estadual aumentou via RIC, quando esta comprou as emissoras da Rede SC (então afiliada ao SBT) e juntou às Record já existentes no interior.
Para fechar o tópico, o "Momento Raridade Rara" entra em ação. Vejam aqui um vídeo da primeira transmissão da Record no Catarinense de 2007, entre Chapecoense e Figueirense, com Maurício e cia. transmitindo. Estas coberturas eram geradas de São Paulo, por isso o esmero técnico em termos de gráficos e GCs, usando da tecnologia utilizada nas transmissões do Campeonato Brasileiro do ano anterior. Em 2007 somente a Record mostrou o certame, pois o PFC entrou apenas agora em 2008, quando a Record (no meio do torneio mudou para RIC) parou de usar o pessoal da rede e pôs profissionais próprios em ação (como o narrador Márcio Martins, o comentarista Flávio Roberto e o repórter Celito Esteves, que depois voltou para o SBT).
fonte: http://www.papodebola.com.br/papodemidia/coluna/20081001.htm