Ciranda de Pedra - Fim de linhaLogo mais, as seis da tarde, a Globo exibe o último capítulo de “Ciranda de Pedra”. Alcides Nogueira, autor da novela, que já está no Rio para acompanhar o desfecho da história ao lado do elenco e
direção, conversou com a equipe do Canal 1.
1 - Essa versão de “Ciranda de Pedra” foi muito dificil de levar para a televisão? Você chegou a falar em uma obra "muito densa"?
AN- Difícil foi adequar o livro de Lygia, que é muito denso e vertical, ao horário das 18. Eu não vi a primeira versão (do Teixeira Filho), mas li os capítulos. A visão dele foi bem diferente da minha. Ele estava mais preocupado com a questão social, e eu com a psicológica. As pessoas ficaram me cobrando situações que Lygia aborda no livro dela. Muitas, realmente, não tive condições de desenvolver. Mas outras estão na novela, sim... embora, metaforicamente.
2 Sobre os desempenhos de Ana Paula Arosio e Marcello Antony, onde se destacaram, onde deixaram a desejar ?
AN- Acho que os dois - assim como todo o elenco - se destacaram nessa visão mais vertical, mais densa. Ana Paula se jogou com tudo no papel da mulher emocionalmente desequilibrada, e Antony representou muito bem o herói romântico, idealista, íntegro. Não podemos esquecer o terceiro pé do triângulo, que foi a primorosa interpretação de Daniel Dantas como Natércio.
3 Ainda há espaço para novelas de época na televisão brasileira? A Globo, por exemplo, vem agora
com uma produção atual e formato comédia, as 18 horas?
AN- Eu já nem sei para o que há ou deixa de existir espaço na televisão. O fato é que o público mudou e há a necessidade de se descobrir qual é esse NOVO espectador. Acho muito saudável a Globo tentar uma outra linguagem. Torço, de coração, para que o Falabella consiga levantar o horário. Isso é bom para todos. Mas, cá entre nós, acho que muita gente, inclusive eu, continua gostando de novela de época.
4 Observa-se que as novas midias continuam tirando audiencia das TVS abertas. Dá para
reverter este quadro?
AN Dá, sim. A questão é achar o caminho das pedras. Mas todas as emissoras (não somente a Globo) têm de admitir que o quadro, hoje, é completamente diferente: a internet, a tv a cabo, o dvd, tudo isso modificou a relação do público com a televisão.
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